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Sismo de magnitude 7 atinge a Califórnia
Não há, para já, registo de feridos ou danos. Alerta de tsunami já foi levantado pelas autoridades.
Tanya Jimenez e Rafael Campos Pereira são os “keynot speakers”
Tanya Jimenez, Senior Cities Strategist da Circle Economy, e Rafael Campos Pereira, vice-presidente da Direção e do Conselho Geral da CIP – Confederação Empresarial de Portugal,  são os “keynot speakers” na Conferência ASWP/Serralves 2024 “Regenerar o Futuro: Estratégias para Cidades e Indústrias Circulares”, que se realiza no próximo dia 26 de novembro, a partir das 14 horas, no Auditório do Museu de Serralves (Porto), organizada pela Associação Smart Waste Portugal (ASWP) em parceria com a Fundação de Serralves (FS). 
Este encontro vai abordar a importância da Regeneração, princípio fundamental da Economia Circular, reunindo especialistas para discutir os desafios e, sobretudo, as soluções que já existem, e como podem estas ser escaladas, no âmbito das cidades e das indústrias. 
São muitos os desafios que reforçam a necessidade de descarbonizar as cidades e as indústrias, tornando-as cada vez mais circulares. 
A transição de uma economia linear para uma economia circular pressupõe que a extração de recursos dê lugar à sua regeneração e à construção de capital natural. As estratégias regenerativas representam, assim, um papel essencial para que seja possível manter os materiais e produtos em uso durante o máximo tempo possível na economia, reduzir o desperdício e devolver os recursos ao solo, preservando a biodiversidade.
 
O Encontro de São Martinho do Grupo de Conhecimento Sharing  Knowledge, coordenado pelo economista e gestor Jaime Quesado, voltou a reunir nas Caves Ferreirinha, em Gaia, gestores e académicos para debater o tema muito atual do Futuro das Empresas. Nestes tempos incertos e complexos que estamos a viver as empresas enfrentam grandes desafios na gestão da sua cadeia de valor e da sua abordagem dos mercados, sendo imperativo apostar em novos modelos de gestão abertos, ágeis e participativos.
 
Coube ao professor do INSEAD e antes gestor José Fernando Pinto dos Santos o enquadramento do tema, tendo desde logo colocado o foco na questão da organização empresarial. Ou seja, a tecnologia, o marketing e muitas outras questões associadas são cada vez mais relevantes, mas o que fará a diferença das empresas em termos do seu futuro será a qualidade da gestão e da sua organização. Para este reputado professor e investigador, este tema é incontornável e as empresas terão que encontrar novas soluções de “governance” e de cooperação nos seus ecossistemas que as habilite a ter novas respostas, mais rápidas e consistentes, para os novos desafios e os novos problemas que se colocam cada vez mais num contexto global incerto e fortemente competitivo.
Esta foi também a mensagem trazida pelos gestores de empresas presentes no painel que se seguiu - José Teixeira (Grupo DST), Ana Tavares (RDD Textiles) e Miguel Pinto (Continental Automotive) - onde foram apresentadas visões complementares sobre os desafios que se colocam em fileiras diferentes e contextos de gestão variados. Sentido de propósito, gestão participativa, inovação colaborativa foram algumas das palavras-chave apresentadas nesta discussão, em que o CEO da DST deu nota do forte trabalho de mobilização interna que tem realizado junto das suas equipas trabalho, com ações inovadoras de co-criação com resultados muito positivos em termos de qualidade do ambiente da organização e do valor gerado.
 
IDE mobiliza qualificação competitiva das empresas
 
O investimento direto estrangeiro, pelo efeito de inovação e escala que mobiliza, terá - como muito bem referido por Miguel Pinto - um papel central na qualificação competitiva das empresas, em termos de modelos de “governance” e de capacidade de integração nas redes inteligentes de valor em termos internacionais. A estruturação de ecossistemas colaborativos entre empresas, universidades e centros de competência fará, nas palavras de Ana Neves, a diferença em empresas ligadas a setores tradicionais como o  têxtil, em que a perceção das novas tendências e expectativas de mercados cada vez mais exigentes será um desafio para o futuro.
Em dia de São Martinho gestores a académicos marcaram presença nas Caves Ferreirinha para discutir o futuro das empresas. O futuro das empresas não se determina por decreto mas depende de uma agenda clara de todos aqueles que têm a oportunidade e capacidade de contribuir para que o propósito empresarial seja entendido e cumprido na organização mais adequada para a geração de valor interno e para a comunidade.
SAS antecipa tendência de TI para 2025
Executivos e especialistas do SAS, líder global em Dados e Inteligência Artificial, olharam para o futuro para prever tendências e principais desenvolvimentos empresariais e tecnológicos para 2025. A conclusão é que as organizações totalmente habilitadas para IA serão as que vencerão as batalhas de TI.
Segundo Bryan Harris,Chief Technology Officer do SAS, a velocidade e a eficiência algorítmica não podem ser ignoradas como fatores críticos para reduzir o consumo da nuvem. Para Steven Tiell, Global Head of AI Governance Advisory do SAS, a capacidade da IA de personalizar e operar em grande escala está a remodelar a forma como interagimos com a informação, incluindo o aumento da desinformação e da manipulação de normas sociais. Marinela Profi,Global GenAI/AI Market Strategy Lead do SAS, afirma que 2025 revelará que algumas organizações estão a prosperar com a IA generativa, ultrapassando a concorrência, criando experiências especializadas para os clientes e lançando produtos inovadores mais rapidamente. 
De acordo com Jared Peterson, Senior Vice President, Platform Engineering do SAS, a IA generativa nunca deixará de ser uma coisa boa, mas chegamos a um ponto em que damos um leve aceno ao ciclo de hype e, em seguida, começamos a entregar valor comercial real. Isto acontece simplificando as nossas abordagens, regras e modelos, e complementando-os com o uso direcionado de grandes modelos de linguagem (LLMs) e pequenos modelos de linguagem (SLMs). 
 
Pressa na adoção da IA leva a modelos ineficientes
 
Jerry Williams, Chief Environmental Officer do SAS, afirma que a pressa em adotar a IA está a levar a modelos ineficientes que consomem grandes quantidades de recursos da nuvem e contribuem para uma maior pegada de carbono. Jay Upchurch, Chief Information Officer do SAS, acredita que as organizações totalmente habilitadas para IA serão as que vencerão as batalhas de TI de 2025. À medida que a IA generativa evolui de um “brinquedo novo” para “apenas” outro tipo de IA, as organizações operacionalizarão totalmente todas as formas de IA para automatizar tarefas rotineiras que liberte os colaboradores para se concentrarem noutras funções de maior valor. O CIO do SAS defende que essas automações permitem a tomada de decisões mais rápidas, reconhecer oportunidades com mais rapidez e impulsionar mais inovação. Resumindo: eles vão vencer. 
Udo Sglavo, Vice President, Applied AI & Modeling, R&D doSAS, acredita que em 2025, os LLMs tornar-se-ão tão comuns que o seu uso básico será acessível para todos e de forma gratuita. 
 
Sob o título “Abrigo de Combatentes”, a Fundação Eugenio de Almeida acolhe uma exposição do artista espanhol Eugenio Ampudia, com curadoria de D. André de Quiroga e em colaboração com o Ministério da Cultura de Espanha, no âmbito do festival bienal de arte e cultura Mostra Espanha. 
 
Abrigo de Combatentes é um percurso pela obra de Eugenio Ampudia, um dos mais reconhecidos artistas espanhóis contemporâneos a nível internacional, que se expressa em múltiplos formatos. A exposição é uma mostra completa dos novos processos de comunicação que o artista estabelece entre o seu trabalho multidisciplinar e os espetadores, tornando-os sujeitos ativos do processo. As obras que compõem esta exposição estão também unidas por um olhar crítico que nos desafia, ao conduzir a experiência visual a novos territórios de reflexão e diálogo. Esta mostra, patente ao público até março de 2025, representa uma oportunidade excecional para completar um percurso abrangente pela obra atual e também ao longo do tempo de Ampudia, apresentando obras realizadas no decurso de várias décadas. Para a finissage de Abrigo de Combatentes está prevista a realização de uma conferencia internacional sobre o ecossistema das artes, promovida em parceria com a Universidade de Évora.
O caráter multidisciplinar da proposta evidencia-se, aqui, nas variadas formas de expressão que as obras expostas representam. Ao percorrer a exposição, o visitante encontrará instalações dinâmicas e esculturas cinéticas, fotografias que documentam ações performativas originais, desenhos e vídeos com narrativas visuais diversas.
Para conseguir reunir um largo espectro da produção do artista foi necessário recorrer também a empréstimos de colecionadores como Alberto de Juan, Maria Antónia Mouro ou Filomena Marques.
 
Rudi Azevedo, CEO da RM Hub, considera
O “revenue management” ou gestão de receitas está a impulsionar os resultados da hotelaria e do turismo. A análise de dados e da tomada de decisões estratégicas sobre preços, distribuição e alocação de recursos permite “vender o produto certo, ao cliente certo, no momento certo, pelo preço certo e com o custo certo”, afirma Rudi Azevedo, CEO da RM Hub.
Sobre o futuro da indústria hoteleira, ele está “inequivocamente associado à tecnologia, sobretudo  IA e machinelearning, bem como coleta e armazenamento de dados e formação e atualização contínua”.
 
 
Vida Económica - O que é o “revenue management” e em que patamar se encontra em Portugal’
Rudi Azevedo – O “revenue management” ou gestão de receitas é uma filosofia de gestão que visa otimizar os lucros através da análise de dados e da tomada de decisões estratégicas sobre preços, distribuição e alocação de recursos, ou seja, é a arte de vender o produto certo, ao cliente certo, no momento certo, pelo preço certo e com o custo certo.
O “revenue management” em Portugal tem demonstrado um crescimento significativo nos últimos anos, especialmente em setores como hotelaria e turismo, sendo o primeiro o mais avançado em termos de adoção.
 
VE – Há falta de profissionais qualificado para prestar este serviço?
RA - A procura por profissionais especializados em “revenue management” ainda supera a oferta, o que pode dificultar a implementação da estratégia.
Nalgumas empresas, ainda existe uma certa resistência à mudança e à adoção de novas tecnologias, o que pode atrasar a implementação do “revenue management”.
 
VE – Qual é o impacto nas empresas?
RA - A coleta e a análise de dados podem ser um desafio para algumas empresas, especialmente as de menor dimensão.
As empresas que investirem nessa estratégia terão uma vantagem competitiva significativa e estarão melhor preparadas para enfrentar os desafios do mercado.
 
VE- Quando nasceu a RM Hub e que maior desafio enfrenta?
RA - Fundada em 2018, como RM Academy, a RM HUB estabeleceu-se desde o início como a primeira e única Academia de formação RM em Portugal, com formadores de excelência, e com sólidas parcerias, proporcionando aos formandos uma formação ímpar e de qualidade indubitavelmente superior à que estava disponível até então.
Hoje vivenciamos uma necessidade constante de inovar e desafiar diariamente, investindo em novas áreas de negócio, novas parcerias, novas tecnologias e novos modelos organizacionais. A história recente da empresa é fruto de uma visão, mas também da capacidade de enxergar oportunidades, de nos reinventarmos constantemente, de nos adaptarmos às constantes mudanças trazidas por realidades felizmente não tão frequentes como esta crise de saúde pública.
Este é o nosso ADN, este é o nosso compromisso com clientes, colaboradores e fornecedores, compromisso com a resiliência, inovação e foco.
 
Aumento da concorrência
 
VE – Como encaram o aumento da concorrência?
RA - O valor que trazemos ao mercado, foi, é e continuará a ser, antes de tudo, o facto de termos contribuído de forma inequívoca para a divulgação do RM em Portugal, para a consciencialização desta modalidade de gestão e para a criação e uma corrente positiva sobre esta matéria. Em 2018 pouca ou nenhuma oferta de formação especializada em RM havia, e neste momento é com regozijo que vemos várias empresas privadas e até públicas, a apostar continuamente neste tipo de formação e isso para nós é uma vitória, independentemente do aumento da concorrência (por vezes desleal pela questão dos benefícios estatais no caso de alguma oferta pública), pois o nosso objetivo é democratizar e de alguma forma massificar o acesso a esta matéria. 
Somos, muito provavelmente, a única entidade privada especializada em RM, certificada pela DGERT. Este é o valor maior.
 
VE - Que conselhos pode dar ao gestor hoteleiro atual?
RA - Um dos conselhos que mais vezes damos, tem a ver precisamente com a criação e implementação de uma estratégia no seu todo e sobretudo medir tudo o que é realizado, porque tudo o que é medido, pode ser melhorado.
 
Tendências e desafios
 
VE - Que fatores estão a “moldar” o futuro da indústria hoteleira? 
RA - As tendências atuais que estão a moldar significativamente a indústria hoteleira, tornando-a mais competitiva e “data-driven”, são: personalização em massa (a capacidade de coletar e analisar grandes volumes de dados permite oferecer experiências personalizadas a cada hóspede. Isso inclui desde a definição de preços dinâmicos até a criação de pacotes personalizados); a inteligência artificial e machine learning (algoritmos inteligentes estão a ser utilizados para prever a procura, otimizar preços, personalizar ofertas e automatizar processos); “omnichannel” (a jornada do cliente ocorre em múltiplos canais, desde sites e app’s até redes sociais e assistentes virtuais. O “revenue management” precisa acompanhar essa jornada, oferecendo uma experiência consistente em todos os pontos de contacto);.foco na receita total (a  atenção estará cada vez mais centrada na receita total, considerando não apenas a tarifa diária, mas também os gastos adicionais do hóspede, como serviços extras, alimentos e bebidas); sustentabilidade e experiência do hóspede (o “revenue management” pode contribuir para uma experiência positiva, oferecendo preços justos e personalizar a estadia).
 
VE - Poderia compartilhar um exemplo de como o “revenue management” melhorou os resultados de um hotel que trabalha com a RM Hub? 
RA - Resumindo, lembro-me de apresentarmos diretamente crescimentos de 35% a 45% nas receitas em 12 meses, ou de termos feito alteração do tipo de cliente e de canal de reserva  (conceito de displacement) em hotéis mais tradicionais e de grande dimensão, em que  com “apenas”  esta alteração, tivemos impactos diretos nas vendas no valor de dois milhões de euros. 
AEP com indústria automóvel na Alemanha
A Alemanha é uma das mais desenvolvidas economias do mundo, altamente inovadora e voltada para a exportação. O ano passado, foi o terceiro cliente das exportações portuguesas de bens, com uma quota de 10,8%, ocupando a segunda posição ao nível das importações (11,5%). É o segundo maior cliente da indústria de componentes automóveis, com uma quota correspondente a 23,9%.

Com um elevado poder de compra, a Alemanha é a quarta economia mundial, o maior mercado da União Europeia e um dos principais exportadores e importadores (ocupa a 3ª posição, a nível mundial, em ambos os fluxos). 
“A Alemanha é um dos principais parceiros de Portugal, contudo, é recomendável uma abordagem estratégica, estruturada e persistente ao mercado. Em termos de oportunidades de negócios, é um mercado interessante para a economia digital, soluções energéticas, mobilidade e transportes, saúde, vestuário, têxteis, calçado, semicondutores, entre outros. Apesar desta ser a primeira vez que a AEP está na Automotive Interiors Expo, no mercado alemão e para o setor de componentes para automóveis, a AEP organiza a participação nas feiras IZB, em Wolfsburg (desde 2016), na IAA, em Frankfurt (desde 2017), na GACS, em Stuttgart (desde 2017), explica Luís Miguel Ribeiro, presidente do Conselho de Administração da AEP.
 
Exportações de componentes automóveis reduzem 4,4% 
 
As exportações de componentes automóveis portugueses caíram 4,4% em setembro em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo os mil milhões de euros. Embora o resultado permaneça negativo, a queda é menos acentuada do que a registada no mês de agosto (-5,4%)
De acordo com os dados revelados pela AFIA - Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel – as exportações do setor de componentes automóveis em setembro, registaram uma quebra de 4,4% em comparação com o mesmo mês do ano anterior.
Em setembro, o valor das exportações de componentes automóveis situou-se nos mil milhões de euros, representando 14,7% no total das exportações de bens transacionáveis de Portugal. Embora, as exportações de componentes automóveis tenhas sofrido uma erosão no ano em curso continuam a ter um peso significativo nas exportações nacionais.
Já no que se refere ao acumulado até setembro, as exportações de componentes automóveis atingiram cerca de 8800 milhões de euros, o que corresponde a uma diminuição de 3,9% face ao período homólogo de 2023. No terceiro trimestre, que inclui os meses de junho a setembro, o setor registou um declínio de 2,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A Europa permanece o principal destino das exportações portuguesas de componentes automóveis, representando 88,5% das vendas internacionais. No acumulado de 2024, as exportações para o mercado europeu registaram uma queda de 4,6% face ao mesmo período de 2023. Espanha continua a manter-se como o maior comprador, absorvendo 28,0% dos componentes fabricados em Portugal, seguida pela Alemanha (23,9%) e França (8,2%).
A AFIA destaca ainda que, embora as exportações de setembro tenham caído 4,4%, esta redução é menos pronunciada do que a verificada em agosto, altura em que se verificou uma diminuição de 5,4%. Este ligeiro abrandamento na queda pode indicar uma esperança na estabilização do mercado, embora o setor continue a enfrentar desafios significativos num contexto económico global complicado.
Os cálculos da AFIA têm como base as Estatísticas do Comércio Internacional de Bens divulgadas a 08 de novembro pelo INE – Instituto Nacional de Estatística.
 
Empresas portuguesas participam 
na Automotive Interiors Expo
 
A AEP – Associação Empresarial de Portugal, em parceria com a AFIA – Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel, esteve na Alemanha com quatro empresas da indústria de componentes para automóveis, para participar na Automotive Interiors Expo, que aconteceu em Estugarda, entre os dias 12 e 14 de novembro, e é uma importante feira do setor da Europa e onde está representada a cadeia de valor da indústria automóvel especializado em componentes e sistemas de interiores automóveis.
 
BOW - Business on the Way
 
Em 2023, o projeto BOW - Business on the Way promoveu a participação de mais de 200 empresas em 27 ações, entre feiras internacionais e missões empresariais, em 23 mercados distintos.
Desde 1990, ano em que deu início, de uma forma sistemática, à realização de ações de internacionalização, a AEP já organizou, individualmente ou através de parcerias com outras entidades, largas centenas de ações em mercados externos.
Ação submetida em candidatura no âmbito do AVISO MPR-2023-5 SICE - Internacionalização das PME – Operações em conjunto, PITD COMPETE2030, Projeto conjunto (SI) - Internacionalização das empresas, em fase de aprovação, com financiamento a 50% dos custos elegíveis.



Empresas nacionais presentes na Automotive Interiors Expo:
 
BRAMP         Peças técnicas injetadas
FEHST          Componentes e acessórios para veículos automóveis
MAXIPLÁS Processamento de termoplásticos de engenharia
TRIM NW Não-tecidos industriais, componentes para a mobilidade
 
 
Gonçalo Morais Tristão, presidente do COTR, considera
As consequências das alterações climáticas e como nos adaptamos no sector agrícola a esse condicionalismo. Este é o maior desafio identificado durante a elaboração da Agenda de Investigação e Inovação para o Regadio.
Gonçalo Morais Tristão, presidente do COTR – Centro Operativo e de Tecnologia de Regadio, considera que “o resultado da implementação das diversas ações deverá permitir uma redução do impacto ambiental do regadio”.
 
 
Vida Económica - Quais foram os principais desafios identificados durante a elaboração da Agenda de Investigação e Inovação para o Regadio, e como esses desafios influenciaram as prioridades de investigação e investimento?
Gonçalo Morais Tristão - O maior desafio que foi identificado tem a ver com as consequências das alterações climáticas e como nos adaptamos no sector agrícola a esse condicionalismo. De facto, a diminuição da pluviosidade, o aumento da temperatura (e da evapotranspiração das plantas), a maior regularidade de ocorrência de fenómenos climáticos extremos trazem um enorme desafio à agricultura, para que continue o caminho da eficiência e de ganhos de produtividade. Neste contexto, seria de esperar que as medidas e ações propostas no âmbito da Agenda de Investigação e Inovação para o Regadio fossem uma resposta às dificuldades que se apresentam à agricultura. 
 
VE - De que forma a nova agenda pode contribuir para melhorar a sustentabilidade e eficiência no uso da água no regadio em Portugal, e quais são as áreas mais críticas para se alcançar esse objetivo?
GMT - A Agenda surge da constatação que apenas a partir do conhecimento, da investigação e inovação, da tecnologia e da formação entre todos os agentes envolvidos será possível alcançar um modelo de crescimento mais equilibrado e sustentável do regadio. Neste sentido, a Agenda de Investigação e Inovação para o Regadio pretende delinear um conjunto de estratégias e de ações no setor do regadio que configurem mudanças estratégicas e que permitam, por um lado, a resolução de problemas e conflitos, e por outro, identificar e divulgar boas práticas a implementar e outras já implementadas.
O resultado da implementação das diversas ações deverá permitir uma redução do impacto ambiental do regadio em relação ao nível atual e o desenvolvimento de uma agricultura tecnológica de referência, onde os vetores da eficiência, da produtividade, da sustentabilidade e da adaptação às alterações climáticas sejam uma constante. Cada um destes vetores está presente na formulação das ações identificadas como importantes, sendo umas mais difíceis de concretizar que outras. 
Talvez as áreas mais críticas sejam aquelas em que está subjacente uma componente de investimento ou financiamento público. Por exemplo, o caso de reabilitação ou modernização dos aproveitamentos hidroagrícolas públicos, medida absolutamente imprescindível para tornar o regadio colectivo mais eficiente, mas que está muito dependente de financiamentos públicos do Estado ou através dos fundos europeus. Porventura, e a Agenda não tem esse pormenor, devem ser estudadas outras vias para recorrer a financiamento. 
 
Interação com outras entidades
 
VE - A agenda pretende influenciar políticas públicas e investimentos. Como o COTR pretende colaborar com o governo e outras entidades para garantir que essas recomendações se traduzam em ações concretas?
GMT – O COTR conquistou ao longo da sua história de 25 anos, uma capacidade de interagir com outras entidades e uma competência técnica que o posicionam num lugar privilegiado no panorama do regadio nacional. Estas duas características devem-se, em primeiro lugar, ao facto do COTR ser, na sua génese, uma verdadeira parceria público-privada, onde se associam os agricultores regantes, representados pelas suas associações, e organismos do Ministério da Agricultura, como a DGADR e o INIAV, a EDIA, entidades do ensino científico, outros organismos da administração local e empresas. Esta parceria tem funcionado bem, havendo uma grande interligação, de trabalho e de projectos, nomeadamente, com a DGADR, a EDIA e o INIAV, entidades primordiais no sector do regadio e da transmissão do conhecimento. Por outro lado, a competência técnica que foi sendo adquirida ao longo do tempo, e impulsionada no início de vida do COTR pelo Eng.º Isaurindo Oliveira, é a trave-mestra para o COTR ser hoje reconhecido como Centro de Competências para o Regadio Nacional. Este perfil do COTR tem facilitado o trabalho de colaboração com os vários governos e os diferentes organismos públicos, em diversas ocasiões e com distintos objetivos, pelo que, julgo, não me parece ser uma tarefa muito difícil conseguir uma forma de garantir que as ações e as medidas propostas na Agenda possam ser discutidas e implementadas.
 
Uso mais sustentável dos recursos hídricos
 
 VE -  O uso sustentável dos recursos hídricos é um ponto central da agenda, especialmente face às alterações climáticas. Que soluções inovadoras e tecnológicas a agenda propõe para mitigar o impacto ambiental da rega?
GMT - É importante referir que a Agenda não concretiza soluções, aponta caminhos e ideias, estratégias e ações que permitam chegar a soluções que se traduzam num uso mais sustentável dos recursos hídricos. Nesse sentido, a Agenda contém muitas ações que visam reduzir alguns impactos negativos. É, por exemplo, esse o objectivo de uma medida onde se propõe a modernização dos equipamentos de bombagem de água para permitir a redução dos combustíveis fosseis e da emissão de gases de estufa e o recurso a energias renováveis. 
Na Agenda, também é sugerida a adopção e promoção de soluções de retenção de água, mais baseadas na natureza, e otimização do desempenho em infraestruturas verdes. É ainda disso exemplo, uma medida que pretende promover o conhecimento acerca dos impactos ambientais e económicos das culturas e os sistemas agrícolas em contexto de alterações climáticas e criar indicadores de gestão de risco. É também o caso de medidas em que se pretende a implementação de técnicas de conservação e de melhoria da fertilidade dos solos e a valorização da recirculação e aproveitamento da água ao nível da rede terciária, como medida de proteção do recurso água.
Para além deste tipo de ações, na elaboração da Agenda considerou-se que também seria importante desenvolver estratégias de comunicação para transmitir uma nova imagem e valor do regadio (externalidades positivas do regadio: paisagem, produção de alimentos, biodiversidade, proteção do meio rural, turismo, gastronomia e costumes), com ações e meios dirigidos ao grande público, a profissionais da comunicação social e ao ensino, em geral, e secundário, em particular.


Acompanhamento das medidas de ação 
 
A expectativa do COTR, e das entidades que contribuíram para a elaboração da Agenda de Investigação e Inovação para o Regadio, é a de que a Agenda de Investigação e Inovação para o Regadio “possa, efectivamente, servir de referência para a orientação de políticas públicas e de base para estudos e projectos que, políticas e projectos, resultem, nalguns casos, em ganhos de produtividade das culturas instaladas e, noutros, quando os recursos hídricos escasseiam, em manutenção da produtividade. Todos sentimos, porém, a necessidade que a implementação da Agenda seja acompanhada de modo a ser verificado cumprimento dos seus objectivos e a concretização das ações. Só assim é que a Agenda terá impactos positivos no regadio em Portugal”.  
Ações e áreas temáticas: Disponibilidade e Qualidade dos Recursos Hídricos; Inovação e Melhoria das Infraestruturas Hidráulicas e de Rega; Sustentabilidade e Rentabilidade do Regadio; Tecnologias e Sistema de Informação de Suporte ao Regadio; Formação, Comunicação e Divulgação. 

 

“Não se pretende que a Agenda seja um documento fechado, datado no tempo. O objectivo é criar uma certa dinâmica, de modo a que o documento seja revisitado regularmente e que as propostas de medidas e ações possam ir sendo actualizadas”, conclui o presidente do COTR.